Meses de preparação, muitos dias de estudo, unhas roídas, tudo isso para chegar ao momento decisivo da prova. Dois dias, 10 horas, 180 questões, 5,3 milhões de candidatos e apenas uma chance de se dar bem. Pronto, agora já foi. Não adianta pensar naquela questão que você acha que errou ou no que poderia ter acrescentado na redação. Agora, é esperar a correção e torcer para que tudo tenha valido a pena.
A correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é coisa séria. O órgão que organiza o exame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), corrige as provas do Enem com base na Teoria de Resposta ao Item, ou TRI, um modelo diferente do convencional utilizado em provas de vestibular, no qual quem acerta mais ganha mais pontos.
O TRI foca a questão e não a prova como um todo. Cada pergunta é construída levando em conta três parâmetros: a discriminação, a dificuldade e o acerto casual (o famoso “chute”). O parâmetro de discriminação faz com que pessoas com habilidades diferentes tenham também chances diferentes de acertar. O segundo parâmetro determina o grau de dificuldade do que você acertou ou errou e o parâmetro do acerto casual é uma prevenção contra o “chute”. Ele funciona analisando a consistência nas suas respostas, isto é, se você acerta uma questão muito mais difícil do que a média dos seus acertos, o TRI reconhece o acerto da questão mais complexa como casual e isso tem influência na sua nota final.
Em resumo, o TRI mede a proficiência – o conhecimento – do aluno e não quantas informações ele decorou. O aluno com a média mais coerente terá uma maior nota e mesmo que dois alunos acertem o mesmo número de questões, dificilmente terão o mesmo valor no resultado. É por isso que, mesmo com o gabarito em mãos, não é possível saber qual é a sua nota.
REDAÇÃO
Além das questões objetivas, a redação do Enem também segue um rigoroso processo de correção. São avaliadas cinco competências diferentes: domínio da norma culta escrita, compreensão do que foi pedido, interpretação dos dados, construção da argumentação e a solução do que foi proposto. Dois professores corrigem a redação separadamente. Caso haja uma diferença de mais de 300 pontos, um terceiro técnico avalia novamente e dá a nota final, que pode variar de zero a 1 mil.
Com informações da Ragga Dropsozamir Lima
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